Fundada à 25 de Junho de 1922, na localidade de Kikaya, município e província do Uige, pelo missionário Archibald Patterson, de nacionalidade inglesa, tendo como co-fundador Ernest Niklaus, de nacionalidade Suíça, a Igreja Evangelica Reformada de Angola – IERA, Ex-Missão do Norte de Angola (MNA),  abrangia apenas o Norte do País, com as três estações missionárias: Kikaya, Kinkuni e Kimbele. Apesar do fundador ter sido membro da Igreja Anglicana de Liverpool, não foi comissionado pela sua Igreja de origem para implantar o anglicanismo, mas fundou uma Igreja Evangélica independente. Com o início e intensificação da guerra de libertação nacional contra o colonialismo português e a expulsão do missionário pelas autoridades coloniais, a Missão dividiu-se em três partes: uma refugiou-se na República Democrática do Congo (ex-Zaire), a outra permaneceu nas matas e a terceira nas vilas e cidades. Embora divididos, os membros de cada uma dessas partes, procuravam adorar e louvar a Deus, como pudessem, mantendo firme a identidade da missão. Na República do Zaire ela era chamada de “IGREJA EVANGÉLICA DO NORTE DE ANGOLA NO EXÍLIO”, ao passo que nas matas assim como nas cidades do País era a MISSÃO NA CLANDESTINIDADE.

Nessa nova situação, onde já se fazia sentir a ausência da liderança missionária, pela razão acima referida, foi necessário incentivar os angolanos deixados na liderança pelo missionário, para tomarem a peito os desafios do trabalho que lhes tinha sido incumbido. Uma das formas de fazê-lo foi de mudar a designação de “MISSÃO” para “IGREJA”, tendo passado a denominar-se “IENA” – Igrej aEvangélica do Norte de Angola. Assim, a abertura da Igreja em 1974, proibida pelas autoridades coloniais Portuguesas em 1961, reatou o sentimento de engajamento e confiança na responsabilidade de reorganizá-la, procurando, deste modo, unir as três partes separadas durante longos anos.

Após a independência de Angola, em 1975, a Igreja reuniu a Assembleia Geral, em Kimbungalau, município do Puri, província do Uige, de 10 a 12 de Março de 1978. Estiveram presentes vários delegados provenientes das províncias de Malanje, Cuanza Norte, Luanda e Uige. Foi nessa Assembleia que surgiu a proposta de mudança do termo “NORTE”, que restringia e isolava o raio de acção Evangélica da Igreja. Assim, de 9 a 16 de Maio de 1979, o Comité Executivo reuniu-se em Luanda, para dar cumprimento às decisões tomadas na última Assembleia Geral. Com a análise minuciosa das decisões e tendo em conta as reformas históricas que acompanhavam duma forma sistemática a evolução do País, nessa altura em particular e do mundo em geral, o Comité Executivo aprovou por unanimidade a substituição do termo “NORTE” por “REFORMADA”. Assim, a Igreja passou a ser denominada” IGREJA EVANGÉLICA REFORMADA DE ANGOLA IERA”. Apesar do seu fundador ter vindo da Igreja Anglicana, a IERA nunca foi filial da Igreja Anglicana e muito menos dos princípios doutrinários do anglicanismo, gozando de personalidade e capacidade jurídicas próprias, regendo-se pelos Estatutos, Regulamento de Ordem Interna e Declaração da Fé em conformidade com a Constituição do País.

Com o raiar da independência do País, a Igreja recebeu outra bênção, de estender-se. A sua acção evangelistica não se limita só ao Norte, porque o Evangelho não conhece limites fronteiriços nem idiomáticos. Hoje, ela estende-se em boa parte do território nacional, fruto da acção evangelizadora dos cidadãos que mantiveram a chama do Evangelho de salvação.

OBJECTIVOS OU FINALIDDES E DOUTRINA DA IERA – artigo 3º C/IERA

A IERA sujeita-se ao Senhorio de Cristo, à autoridade da Sua Palavra e tem como objectivos:

1. Propagar o Evangelho em toda Angola e no mundo, dando o testemunho de Jesus Cristo encarnado, morto, ressuscitado e exaltado, a autonomia da Sua Palavra, a Salvação e a paz que consigo traz, tornando-O Mediador entre Deus e o Homem.

2. Desenvolver actividades nos domínios da Educação, Cultura, Saúde, Agricultura, Acção Social e outros;

3. Os princípios essenciais da doutrina da IERA estão definidos na Declaração da Fé ou Doutrina de Base, que é a Parte III da Constituição da IERA, da qual os presentes Estatutos e o Regulamento da Ordem Interna são partes integrantes.